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Artista Brasileiro Vik Muniz

  • Iara Vieira Guimarães
  • 26 de abr. de 2016
  • 2 min de leitura

"Antes de mais nada Vik estabelece uma relação entre desenho e fotografia, entre memória e presente, já que toma como ponto de partida e reminiscência de uma imagem célebre, por exemplo, a de John Lennon em Manhattan. Ele desenha o clichê de memória. Nessa etapa, a aptidão mais solicitada é a da retenção, como se todas as reproduções dessa imagem tivessem desaparecido e como se contássemos apenas com o talento e a memória de Vik para fazê-la renascer. Às vezes, ele interroga pessoas para completar esse quebra-cabeça. Pouco a pouco, a figura trágica do Beatle aparece, como se estivesse em via de se compor na bacia do revelador. Obviamente, a imagem foi congelada para sempre nos olhos do público, verdadeiramente síntese do que se iria passar: seja o nome da cidade onde seria assassinado, escrito sobre sua camiseta, os braços cruzados como se esperasse seu carrasco e os óculos escuros de star. Ele desenha o rosto de esfinge do membro mais articulado do conjunto de rock e, finalmente, a grade atrás dele. No entanto, o desenho não é o produto final de Vik. O desenho conserva os traços de suas luta mortal contra o esquecimento. Então, ele fotografa o desenho e o desenvolve sobre um papel que possa dar a mesma granulação que uma radiofoto. Procede da mesma maneira com a lembrança do primeiro homem que pisou o solo lunar, a da execução de um vietcongue suspeito, a da menina que corre nua pela estrada após a queda do napalm. Todos esses clichês são provenientes da seleção das melhores fotos produzidas pela revista Life, primeiro livro que Vik comprou nos Estados Unidos assim que chegou lá, em 1983, quando possuía um conhecimento rudimentar do inglês. A série 'O melhor da Life', realizada entre 1988 e 1990, remete então à recaptura de um momento em que se sentia exilado, perdido e isolado. Para ser artista, lhe faltou reproduzir este estado, como se o resgate do tempo reencontrado lhe fornecesse a chave definitiva de sua vocação".

Nelson Aguilar. MOSTRA do Redescobrimento. Arte Contemporânea. Curadoria geral Nelson Aguilar; apresentação Edemar Cid Ferreira. São Paulo, 255 p., 2000. p. 212.

O documentário Lixo Extraordinário relata o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros controlados do mundo, localizado no Jardim Gramacho, bairro periférico de Duque de Caxias.

Documentário Lixo Extraordinário: 2010.

Visite os sites:

http://www.nararoesler.com.br/artists/61-vik-muniz/

https://www.escritoriodearte.com/artista/vik-muniz/

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